Entrevista Dr. Machado

Num autêntico furo de reportagem, contando com os bons fluídos de Julio Frank, conseguimos que a personagem da obra de Schubsky & Mattos nos respondesse cerca de seis perguntas. Vamos às respostas deste talentoso entrevistado, noite avançada, perambulando entre as arcadas da quase bicentenária Academia.
FD – “Doutor Machado, por favor, resuma sua opinião sobre a obra na qual a dupla S & M que o apresenta como personagem principal”.
MA – “Palavra puxa palavra”. “Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique”.
FD – “A intenção dos Autores, com este livro, é de apresenta-lo como um autêntico advogado. O senhor concorda?”
MA – “O homem é uma errata pensante”. ” Opinião – esse tribunal anônimo, invisível, em que cada membro acusa e julga”
FD – “Mas, Dr. Machado, há uma indisfarçável coleção de personagens, de sua criação, que estão ligadas ao segmento jurídico. Uma coincidência?”
MA – “A paisagem depende do ponto de vista”. “Não é preciso ter a mesma idéia para dançar a mesma quadrilha”
FD – “Com relação às Arcadas, berço de generosas personagens dos seus livros, qual é o seu sentimento pessoal sobre esta casa do saber? “
MA – “A Academia de São Paulo, com é natural em uma corporação inteligente, deu em belo exemplo de confraternidade literária, rodeando de aplausos e animação os seus talentos mais capazes”.
FD –Apesar de se apresentar de formas diferentes e estilos variados, a obra da dupla S&M também mostra aspectos da sua vida pessoal. Eles conseguiram seu intento?
MA –“Os segredos também são gente: nascem, vivem e morrem.” “Ao cabo, a mentira é algumas vezes meia virtude”.
FD- “Agora, Dr. Machado, a pergunta que permanece há um século sem resposta: Capitu traiu Bentinho?
MA –“O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado”.
A noite começava desaparecer. Cercado de querubins, no Jardim de Pedra, mirando Julio Frank que acenava lá de Cima – “estrelas são os olhos do céu – “, Dr. Machado, com proverbial sabedoria, sentenciou, despedindo-se:
-“Filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra”. “O passado é ainda a melhor parte do presente”.
(A entrevista imaginária teve as respostas do DR. MACHADO recolhidas na obra de Cássio Schubski e Miguel Mattos, objeto desta matéria compilada por Carlos Roberto Chueiri especialmente para “FD”).