LEMBRANDO “AS ARCADAS” E A ATUAL CRISE EUROPÉIA.

Ainda jovem acadêmico da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a valorosa e eterna “ARCADAS”, no terceiro ano-curso noturno – década de 60, o eminente mestre-doutor Limongi França, catedrático em DIREITO CIVIL, com muita sabedoria e perspicácia, dina do púlpito aos alunos estranhamente que “os mortos governavam os vivos”… E, a classe curiosa queria mais pormenores dessa aparente contradição do jurista-professor…

Aí ele explicava que somos o produto da somatória dos que se foram e passaram pela vida, eis que os mortos, efetivamente governam os vivos, por via de vários e complexos fundamentos jurídicos e, citava só como exemplo típico o ato jurídico do “testamento” e outras parafernálias de grande expressão e fundamento jurídicos ainda em vigor no Direito pátrio e mundial. Por óbvio, como não era do ramo, sequer fazia referência a tão discutido DNA, dos cientistas…

Nessa rama, eis que se referia e tinha uma visão maior do que se imaginava e se supunha, em nossa santa ignorância…de futuros advogados e cultores do Direito.

O que acaba de ocorrer no mundo, agora, com a fragmentação de povos, nações e tudo o mais que está ora presente e latente, sempre será objeto do Direito, no sentido amplo. Agora, dias atrás, através de voto popular na Grã-Bretanha, com um plebiscito, que surpreendeu parcialmente o mundo, quando a vitória da separação exsurgiu por pequena margem de votos. Os vitoriosos entendem que o Império dos lordes e dos senhores dos mares, de séculos passados, deveria sair da UNIÃO EUROPÉIA, criando um clima adverso em toda a Europa e ao mundo, em particular. O nosso planeta- pelos seus governantes e governados se encontra em crise sem precedentes, nos diversos aspectos.

O povo britânico, tradicionalmente esquisito para não chamar de “esquizofrênico”, onde prevalece já um tanto combalida- a Monarquia, com uma vetusta e simpática senhora no poder, que já passa de seus 90 anos, (reina mas não governa) – ao lado também do seu marido uma espécie de “papagaio de pirata”, eis que nada sabe, nada viu e nem quer saber de coisa nenhuma, em relação a tudo. Há fama corrente, em seu próprio país, de que é realmente uma figura inexpressiva e quando este visitou o Brasil, no século passado, demonstrou claro desrespeito ao bom senso ao povo brasileiro quando abria a boca. (Como alguns poucos sabem, veio também sua esposa, hoje quase centenária, rainha Elisabeth e, em seu reinado-década de 60- financiou a chamada ponte Rio- Niterói, quando o governo era militar). Pelo andar da carruagem, atualmente, os republicanos ingleses aumentam cada vez mais, crescem politicamente, eis que a Monarquia além de gastar muito, dá imenso ônus e prejuízo aos seus compatriotas… com a palavra a nova geração de ingleses, em todo mundo. O mundo clama, junto com a União Europeia que após o plebiscito, a Grã-Bretanha saia URGENTE. do conglomerado.

Por outro, a expressão do eminente mestre-doutor Limongi continua viva e hoje, após o plebiscito divórcio do império britânico, deve se entender com maior complexidade, e senso crítico, na seguinte e pessoal expressão ou seja: “Os velhos e os mortos governam os vivos”…Ou seja: governam jovens e as gerações futuras…

Explicamos: foi o eleitorado dos mais idosos que promoveu a grande crise do BREXTT…Eis que essa população que chamaria, “egoísta”, vetusta promoveu a ruptura amigável, mas amarga, triste e dolorosa dentro e fora da Grã-Bretanha. Nesse sufrágio débil e paradoxal prevaleceu nas umas os interesses maiores daqueles que já estão com idade avançada e ainda pensam num século XX. Este já se findou e esperam tão só a morte/desenlace. Essa manifestação pública inglesa já nos dá a ideia de alguma reforma ou retrocesso, com o ressurgimento de xenófobo nacionalismo, sem sentido. Por outro, os jovens britânicos são majoritariamente a favor da manutenção da Inglaterra na União Europeia, eis que está se compõe de enorme e complexo conglomerado de empregos e oportunidades para trabalhar, estudar e desenvolver suas vivazes, neófitas capacidades para estudar e sobreviver em nada mais, nada menos 30 nações de diferentes avançados nos comportamentos , cultura e história. O “divórcio” precoce da Grã-Bretanha. Em que pese ainda uma maior e melhor formalização jurídica, inobstante a existência de um artigo 50, aliás este nada prevê essa tautologia como de retirada de qualquer nação. O poderoso conglomerado europeu, cuja liderança maior, está numa simpática senhora que tem uma excepcional habilidade de uma verdadeira e competente chefe de Estado, “in casu”, a adorável chanceler alemã Ângela Merckel, com formação superior em energia nuclear, nascida no regime comunista de Berlim Oriental, fala russo fluentemente. E. por outro, mantém até hoje integra a União Europeia. Trata-se, pois, de uma dama estadista, com formação humanitária surpreendente, aos nossos dias, sobretudo quando irrompeu a invasão de diversos povos em território europeu, após calamidades, desgovernos, incompetências de outros. Por outro lado, a Grã-Bretanha — com solenidade e circunstância- abandonou a Primeira Ministra alemã, no maior fluxo imigratório de todos os tempos. Por outro, tem amizade forte com o inoxidável Putim, líder russo, cujo passado é duvidoso, por ter sido integrante da extinta KGB.

Por outro lado, essa bagunça criada no reino da Grã-Bretanha cria outros problemas para ela mesma, além da já desvalorização da Libra, que tanto queriam preservar os contrários à União Europeia. Surge um outro problema das duas Irlandas. Uma dentro da UE e. outra à reboque dos vetustos monárquicos que estão para deixar a vida. Como se vai resolver esse impasse? Também fazendo coro com a Irlanda em favor da UNIÃO EUROPÉIA vem a Escócia e Gibraltar, não se esquecendo que nem as Ilhas Folkland, que são também Malvinas, seus moradores, nem chegaram a se manifestar e votar.

A xenofobia inglesa contra os imigrantes que desesperadamente pedem ajuda -ante guerras intestinas e abandono material e espiritual, não abala os velhos-mortos da Grã Bretanha…e, ao que se conclui o mundo não pertence aos que suplicam… Agora quem deverá lavar as latrinas na Inglaterra, devem ser os lordes, com aquelas perucas ridículas. Aparentemente, preocupa-nos a forma nazifascista inglesa, recordando comportamento dos tiranos Stalin e Hitler.. já MORTOS que pretendiam governar desumanamente os VIVOS. Ao que parece o professor emérito LIMONGI FRANÇA tinha razão…

PS: Historicamente- nessa trama atual- sou mais Napoleão Bonaparte que Nelson ou Wellington…

Tenho dito.

HELION VERRI